A metodologia de desenvolvimento do Critério Brasil que entra em vigor no início de 2015 está
descrita no livro Estratificação Socioeconômica e Consumo no Brasil dos professores Wagner
Kamakura (Rice University) e José Afonso Mazzon (FEA /USP), baseado na Pesquisa de Orçamento
Familiar (POF) do IBGE. A regra operacional para classificação de domicílios, descrita a seguir, resulta da adaptação da metodologia apresentada no livro às condições operacionais da pesquisa de mercado no Brasil. As organizações que utilizam o Critério Brasil podem relatar suas experiências ao Comitê do CCEB. Essas experiências serão valiosas para que o Critério Brasil seja permanentemente aprimorado. A transformação operada atualmente no Critério Brasil foi possível graças a generosa contribuição e intensa participação dos seguintes profissionais nas atividades do comitê: Luis Pilli (Coordenador) - LARC Pesquisa de Marketing Bianca Ambrósio -TNS Bruna Suzzara – IBOPE Marcelo Alves - Nielsen Margareth Reis – GFK Paula Yamakawa - IBOPE Renata Nunes - Data Folha Tatiana Wakaguri - IBOPE Sandra Mazzo - IPSOS Valéria Tassari - IPSOS A ABEP, em nome de seus associados, registra o reconhecimento e agradece o envolvimento desses profissionais. SISTEMA DE PONTOS Variáveis ![]() Grau de instrução do chefe de família e acesso a serviços públicos ![]() Distribuição das classes As estimativas do tamanho dos estratos atualizados referem-se ao total Brasil e resultados das Macro Regiões, além do total das 9 Regiões Metropolitanas e resultados para cada um das RM's (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza). As estimativas para o total do Brasil e Macro Regiões são baseadas em estudos probabilísticos nacionais do Datafolha e IBOPE Inteligência. E as estimativas para as 9 Regiões Metropolitanas se baseiam em dados de estudos probabilísticos da GFK, IPSOS e IBOPE Media (LSE). ![]() Cortes do Critério Brasil ![]() Estimativa para a Renda Média Domiciliar para os estratos do Critério Brasil Abaixo são apresentadas as estimativas de renda domiciliar mensal para os estratos sócioeconômicos. Os valores se baseiam na PNAD 2013 e representam aproximações dos valores que podem ser obtidos em amostras de pesquisas de mercado, mídia e opinião. A experiência mostra que a variância observada para as respostas à pergunta de renda é elevada, com sobreposições importantes nas rendas entre as classes. Isso significa que pergunta de renda não é um estimador eficiente de nível sócio-econômico e não substitui ou complementa o questionário sugerido abaixo. O objetivo da divulgação dessas informações é oferecer uma ideia de característica dos estratos sócio-econômicos resultantes da aplicação do Critério Brasil. ![]() PROCEDIMENTO NA COLETA DOS ITENS É importante e necessário que o critério seja aplicado de forma uniforme e precisa. Para tanto,é fundamental atender integralmente as definições e procedimentos citados a seguir. Para aparelhos domésticos em geral: Devem ser considerados todos os bens que estão dentro do domicílio em funcionamento (incluindo os que estão guardados) independente da forma de aquisição: compra, empréstimo, aluguel, etc. Se o domicílio possui um bem que emprestou a outro, este não deve ser contado pois não está em seu domicílio atualmente. Caso não estejam funcionando, considere apenas se tiver intenção de consertar ou repor nos próximos seis meses.
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Este critério foi construído para definir grandes classes
que atendam às necessidades de segmentação (por
poder aquisitivo) da grande maioria das empresas. Não pode, entretanto, como qualquer outro critério,
satisfazer todos os usuários em todas as
circunstâncias. Certamente há muitos casos em que o
universo a ser pesquisado é de pessoas, digamos, com
renda pessoal mensal acima de US$ 30.000. Em casos
como esse, o pesquisador deve procurar outros
critérios de seleção que não o CCEB. A outra observação é que o CCEB, como os seus antecessores, foi construído com a utilização de técnicas estatísticas que, como se sabe, sempre se baseiam em coletivos. Em uma determinada amostra, de determinado tamanho, temos uma determinada probabilidade de classificação correta, (que, esperamos, seja alta) e uma probabilidade de erro de classificação (que, esperamos, seja baixa). Nenhum critério estatístico, entretanto, tem validade sob uma análise individual. Afirmações frequentes do tipo "... conheço um sujeito que é obviamente classe D, mas pelo critério é classe B..." não invalidam o critério que é feito para funcionar estatisticamente. Servem, porém, para nos alertar, quando trabalhamos na análise individual, ou quase individual, de comportamentos e atitudes (entrevistas em profundidade e discussões em grupo respectivamente). Numa discussão em grupo um único caso de má classificação pode pôr a perder todo o grupo. No caso de entrevista em profundidade os prejuízos são ainda mais óbvios. Além disso, numa pesquisa qualitativa, raramente uma definição de classe exclusivamente econômica será satisfatória. |
Portanto, é de fundamental importância que todo o
mercado tenha ciência de que o CCEB, ou qualquer
outro critério econômico, não é suficiente para uma
boa classificação em pesquisas qualitativas. Nesses
casos deve-se obter além do CCEB, o máximo de
informações (possível, viável, razoável) sobre os
respondentes, incluindo então seus comportamentos
de compra, preferências e interesses, lazer e hobbies e
até características de personalidade. Uma comprovação adicional da adequação do Critério de Classificação Econômica Brasil é sua discriminação efetiva do poder de compra entre as diversas regiões brasileiras, revelando importantes diferenças entre elas. |